Auto da Lusitânia de Gil Vicente
Gil Vicente
Pequena biografia de Gil Vicente
Gil Vicente é considerado o primeiro grande dramaturgo português. Naceu a cerca de 1465 e morreu em 1536. A sua obra situa-se no contexto humanístico emergente e reflete a transição da Idade Média para o Renascimento. Retratando com um espírito subtil e sagaz a sociedade portuguesa do séc. XVI, Gil Vicente foi um crítico severo de costumes: as suas personagens são inspiradas na sociedade da época, enquanto os seus argumentos tratam temas religiosos, mitológicos, contos populares, romances de cavalaria ou sermões burlescos.
Auto da Lusitânia
O Auto da Lusitânia, uma das últimas peças de Gil vicente, foi escrito em 1531 e representado pela primeira vez em 1532, perante a corte de D. João III quando nasceu seu filho, D. Manuel.
A peça trata das bodas de Lusitânia e Portugal (personagens mitológicos), mas
Gil Vicente, como muitas vezes faz, mistura no enredo e nos diálogos muitos temas, personagens, e cenas que constituem como "diversões" à margem do tema maior.
Fala do Licenciado
Na primeira parte assistimos às atribulações de uma família judaica, no meio das quais se introduz a "Fala do Licenciado" representando o próprio Gil
Vicente; na segunda parte, por entre a cena do casamento os demónios
Berzebu e Dinato escutam o diálogo entre Todo-o-Mundo e Ninguém para relatar ao seu mestre Lúcifer.
Diálogo de Todo-o-Mundo e Ninguém
Na segunda parte da peça Gil Vicente aborda a origem mítica de Portugal. Da união entre a ninfa Lisibea e o Sol, nasce Lusitânia, que vem herdar a beleza materna. Lusitânia seduz Portugal, um caçador grego, despertando fortes ciúmes na sua mãe, Lisibea. A ninfa morre e é enterrada no local onde se virá a fundar a cidade de Lisboa. Posteriormente, Portugal virá casar com a princesa
Lusitânia. Dinato e Berzebu, os dois diabos servidores de Lúcifer, escutam, escondidos, a conversa entre Todo-o-Mundo eNinguém, para relatar ao seu