ATOS DE FINGIR NO TEXTO FICCIONAL DE GIL VICENTE
O presente artigo acadêmico referente ao fragmento da peça teatral ´´ Auto da Lusitânia`` denominado ´´ Todo mundo e Ninguém`` de Gil Vicente, pretende desenvolver uma discussão sobre o artigo, ´´ Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional, de Wolfgang Iser ``, fazendo frente ao fragmento já mencionado acima.
O autor do artigo busca explicar o que são os atos de fingir, ele inicia seu artigo questionando, se de fato, os textos literários são tão reais ou tão fictícios. Como responder a uma pergunta tão intrigante, já que os textos literários são vistos pela maioria dos leitores como apenas uma forma de entretenimento, olhando somente por essa perspectiva, poderíamos dizer que todo texto literário é fictício, ou seja, não condiz com a realidade exata, mas, se analisarmos a frase de Will Einer (2002), pensador do século XX, que fala que a literatura se encarrega de investigar o homem e suas relações com o mundo e com o outro, também poderíamos dizer que o texto literário possui sua parte de realidade.
No fragmento ´´ Todo mundo e Ninguém`` (VICENTE 1532), Gil Vicente faz uma crítica a sociedade e seus costumes, através de seus personagens fictícios, a cena inicia-se com a apresentação dos personagens principais que são Todo mundo( que representa a nobreza), Ninguém ( que representa os desabastados da sociedade) e os diabos Belzebu e Dinatos ( que representam a consciência humana).
De acordo com a teoria de Wolfgang Isesr (2002), podemos encontrar no texto ficcional muita realidade (realidade social, sentimental e emocional). E neste fragmento do Auto da Lusitânia (Todo mundo e Ninguém), essa realidade pode ser percebida claramente, pois, mesmos os personagens e o texto sendo totalmente fictício, o autor faz criticas reais ao comportamento de todas as camadas sociais, ou seja, pessoas reais.
Iser fala que existe uma tríade nos atos de fingimento que seria o real, o fictício e o imaginário.