Aula 3
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TENDÊNCIA ATUAL DE REAPROXIMAÇÃO
Michael R. Matthews
Departamento de Educação, Universidade de Auckland
Auck1and, Nova Zelândia
Resumo
Neste artigo, investigam-se o uso de e os argumentos a favor da história e da filosofia da ciência no ensino escolar dessas matérias.
Enfatizam-se as propostas do Currículo Nacional Britânico e as recomendações contidas no Projeto americano 2061 de diretrizes curriculares. Algumas opiniões contrárias à inclusão de material histórico nas disciplinas de ciências são levantadas e contestadas. A tese piagetiana de que o desenvolvimento psicológico individual reflete o desenvolvimento dos conceitos na história da ciência é mencionada e serve de introdução à questão da idealização em ciências. Relacionamse alguns exemplos significativos de momentos quando, às custas de sua própria qualidade, a educação ignorou os estudos relacionados à filosofia da ciência. São fornecidos argumentos a favor da inclusão da história e da filosofia da ciência nos programas de formação de professores dessa área. Conclui-se o artigo com uma listagem de temas atuais cujo debate conjunto por professores, historiadores, filósofos e sociólogos poderia resultar em enormes benefícios para o ensino de ciências. I. Introdução
Em 1986, foi publicado um ensaio intitulado Ensino e filosofia da ciência: vinte e cinco anos de avanços mutuamente excludentes (Duschl, 1986). Tal estudo consistia de um relato de como o ensino de ciências desenvolveu-se completamente
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Este artigo foi publicado originalmente em Science & Education, 1(1), 11-47, 1992, e foi traduzido por Claudia Mesquita de Andrade, Coordenadora do PRILIAT- Programa
Interdepartamental de Lingüística Aplicada à Tradução - do Instituto de Letras da UFBa, como atividade do PROLICEN-95.
Cad. Cat. Ens. Fís., v. 12, n. 3: p. 164-214, dez. 1995.
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dissociado da história e da filosofia da ciência. Nos últimos cinco anos, entretanto, houve uma reaproximação