Atividades que agregam valor e atividades que não agregam
André A. Abramczuk
RESUMO
A discriminação de atividades em atividades que agregam valor e atividades que não agregam valor não tem utilidade para orientar ações cujo objetivo seja melhorar a qualidade dos processos ou a eficiência da utilização de recursos em organizações nem em empresas. Este artigo argumenta que a análise das atividades a partir de considerações sobre inutilização de recursos é mais adequada para a melhoria da eficiência e da qualidade de processos industriais e de prestação de serviços.
1. INTRODUÇÃO
É conveniente iniciar este artigo afirmando que não existe um conceito universal de valor agregado, mas somente algumas noções derivadas de definições operacionais.[1] A definição operacional universalmente difundida designa como valor agregado a diferença entre a receita S auferida por uma empresa ou grupo de empresas com a venda de mercadorias e a soma R dos preços dos recursos adquiridos que foram utilizados na elaboração destas mercadorias. Esta é uma definição operacional de valor agregado por diferença, utilizada em muitos países para fins de tributação. Para algumas comparações de interesse econômico prefere-se uma definição operacional de valor agregado por quociente, (S – R)/R.
Inicialmente aplicadas ao resultado econômico-financeiro de atividades empresariais, estas definições operacionais de valor agregado foram estendidas a produtos isolados. Com o surgimento e divulgação do chamado custeio baseado em atividades (mais conhecido por ABC, acrônimo da expressão inglesa Activity Based Costing),[2] a noção de valor agregado foi estendida às operações de manufatura e às atividades com influência no processo de manufatura, que daí em diante passaram a ser discriminadas em atividades que agregam valor e atividades que não agregam valor.
Embora falem convictamente em atividades que agregam valor e atividades que não agregam valor e