atividade de bombeiro
Jaqueline B. Ramos
Jornalista ambiental A vontade de qualquer pessoa que se depara com um animal silvestre vítima de maus-tratos ou apreendido em ações de tráfico é devolvê-lo, o mais rápido possível, para a natureza. Mas o que muitos não sabem é que esta não é a melhor atitude a se tomar. Nem para o animal e nem para o meio ambiente. O trabalho de levar fauna de volta a seu hábitat natural consiste na reintrodução, que por sua necessária complexidade técnica e científica deve ser feita por especialistas e passa a ser um instrumento de conservação da biodiversidade do ambiente que está recebendo o animal.
“Animais de cativeiro ou apreendidos no tráfico não podem ser simplesmente soltos na natureza; essa ação aleatória pode causar danos para a conservação do ambiente e o manejo da espécie e, por exemplo, pode ocorrer mistura de populações com incompatibilidades genéticas” explica o biólogo da Universidade Estadual do Maranhão Tadeu G. de Oliveira, coordenador do Programa de Reintrodução de Felinos do Instituto Pró-Carnívoros, membro do grupo de Especialistas em Felinos da IUCN (The World Conservation Union) e co-diretor da Aliança para Conservação dos Felinos Sul-Americanos.
Financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente, o trabalho de reintrodução de gatos em SP e no Maranhão liderado por Tadeu é uma das primeiras experiências do gênero desenvolvidas no Brasil. Na cidade de São Paulo os estudos são feitos com indivíduos da espécie Leopardus tigrinus (popularmente conhecido como gato-do-mato) nascidos no zoológico local. No Maranhão o programa é aplicado nesta e em outras três espécies de felinos brasileiros – gato-leudo ou gato-maracajá (Leopardus wiedii), gato-maracajá-verdadeiro ou jaguatirica (Leopardus pardalis) e gato-mourisco (Puma yagouaroundi). Em São Luís os animais chegam até o Instituto através de apreensões de tráfico feitas pelo Ibama, que doa os indivíduos a um criadouro