Atividade Complementar
O modelo de gestão do trabalho pedagógico na forma de projetos tende a se deslocar da “ênfase no ensino” para a “ênfase na aprendizagem”, pelo reconhecimento que o ato de ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Isto implica na priorização das relações horizontais entre educandos, pressupondo que dispõem dos mesmos códigos de comunicação e compartilham interesses e necessidades, o que permitiria que as diferentes maneiras de aprendizagem se interconectem em sua diversidade de interesses, necessidades, ritmos e processos.
A instituição escolar pode se constituir como espaço de mediação entre saberes. De um lado estão os saberes reconhecidos como importantes pelas instituições escolares, em particular os classificados como científicos, estruturados em modelos formais e estabelecidos por processos que respeitem regras de procedimentos de produção pelas corporações acadêmicas. Do outro lado estão os saberes dos educandos, nas formas organizadas em seus meios e códigos culturais e aqueles acessados nas diversas mídias que tenham em disponibilidade.
A implementação dos projetos (como outras formas não diretivistas) implica em mudanças significativas nas relações de poder no interior das instituições escolares, em particular dos processos de avaliação e dos padrões de disciplina que se constituem nos dois principais processos de regulação docente. Altera também as instancias de definição e o que é definido como válido, o que deve ser produzido, qual e de quem é o saber a ser estudado assim como produz e reproduz diferentes momentos, regras e práticas particulares.
Mas ainda assim os projetos pedagógicos e as propostas curriculares não tratam explicitamente da formação de valores e condutas, que são apresentadas de maneira genérica como a disposição ou