Atividade 1

O FILÓSOFO E O EDUCADOR: APROXIMAÇÕES E DIFERENÇAS

Uma dicussão premente no queconcerne ao ensino de Filosofia é a da distinção entre o ser filósofo e professor de filosofia, como se fossem duas condições necessariamente opostas e incompatíveis; sendo que o primeiro estaria em um posição de criador de uma filosofia, enquanto o outro seria um mero transmissor de um saber já solidificado pela tradição. Ambas imagens são fruto de um reducionismo deveras simplista; todavia compreensível, dada a infeliz separação produzida no ensino superior brasileiro entre bacharelado e licenciatura, um voltado para a formação de pesquisadores e produção científica e o outro para “dar aulas”. Sem querer se aprofundar na discussão acerca das consequências desta cisão, mas algo que deve ser salientado é que na concretude uma tal ruptura, se levada a sério, no minímo deve ser tida como absurda; como bem ressalta a professora Leoni Maria acerca da resposta de Matthew Lipman acerca da dicotômia professor x filósofo, ele considera como sendo uma questão irrelevante, afinal desde a grécia antiga os filósofos pretendiam transmitir algum ensinamento aos humanos (Henning, p.2) Ora, basta pensarmos o caso de um professor de marcenaria que irá transmitir ao seu aluno a técnica de transformar a madeira em algo de utilidade ou a ser contemplado; faria sentido, em relação a esse professor, insistir em classificá-lo como professor de marcenaria e não como marceneiro? Obviamente que não. E neste caso, qualquer tentativa de se impor uma dualidade deve ser encarada como uma falta de conhecimento do que é um marceneiro e seremos obrigados a admitir que tal confusão nada mais é do que um questão de nomenclatura. No caso do filósofo é a mesma coisa, talvez ocorra um desconhecimento do ofício dele. De acordo com Deleuze, o filósofo deve ser um criador de conceitos; a especificidade da filosofia é criar conceitos. Pôr o pensamento em constante ação, não em busca de definições e resposta