Atividade 1
1) O estilo tradicional de Planejamento é homogeneizador, uniformizador, centralizador, tecnocrático – típico do Estado burocrático e autoritário. É aplicado como se fosse a única maneira de se planejar. Não consegue lidar com questões sociais complexas, porque na sua concepção há prevalência de princípios deterministas, impostos de cima para baixo, numa realidade complexa e cheia de incertezas. Está muito ligado a uma visão "economicista" que segundo Dagnino, opera sobre variáveis quantitativas, frequentemente de natureza econômica e dá a enganosa impressão de exatidão e racionalidade.
O Planejamento Situacional privilegia o caráter situacional do ator que planeja e também o caráter estratégico. Nega a possibilidade de diagnóstico único da realidade, "por enfatizar que os vários atores 'explicam' ou fazem 'recortes' interessados da realidade, a partir de suas situações particulares e sempre voltados para a ação. Não é possível, nunca, um conhecimento 'fechado', uma verdade acabada sobre a realidade" (DAGNINO, 2009). Ou seja, há negação de um único diagnóstico da realidade no PES, enquanto o tradicional tem um diagnóstico identificado com os interesses de alguns indivíduos.
Como complementação da leitura, achei este quadro que ilustra melhor as diferenças entre os dois tipos de planejamento, o tradicional e o situacional:
Algumas características que diferenciam o planejamento tradicional do PES
PLANEJAMENTO TRADICIONAL
PES
Determinista (predições certas)
Objetivo (diagnóstico)
Predições únicas
Plano por setores
Certeza
Cálculo técnico
Os sujeitos são agentes
Sistema fechado (metas únicas)
Teoria do controle de um sistema
Indeterminista (predições incertas)
Subjetivo (apreciação situacional)
Várias apostas em cenários
Plano por problemas
Incerteza e surpresas
Cálculo tecnopolítico
Os sujeitos são atores
Sistema aberto (várias