atitude filosófica
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2. O que é a Filosofia?
"Dado que a filosofia é imprescindível ao homem, está sempre presente e manifesta: nos provérbios tradicionais, em máximas filosóficas correntes, em convicções dominantes como sejam, por exemplo, a linguagem e as crenças políticas.(...) Não se pode fugir à filosofia. Pode perguntar-se apenas se é consciente ou inconsciente, boa ou má, confusa ou clara. Quem recusar a filosofia está a realizar um acto filosófico de que não tem consciência."
Karl Jaspers, Iniciação Filosófica
"O valor da filosofia, em grande parte, deve ser buscado na sua mesma incerteza. Quem não tem umas tintas de filosofia é homem que caminha pela vida fora sempre agrilhoado a preconceitos que se derivaram do senso comum, das crenças habituais do seu tempo e do seu país, das convicções que cresceram no seu espírito sem a cooperação ou o consentimento de uma razão deliberada. O mundo tende, para tal homem, a tornar-se finito, definido, óbvio; para ele, os objectos habituais não erguem problemas.(...)Quando começamos a filosofar, pelo contrário, imediatamente caímos na conta de que até os objectos mais ordinários conduzem o espírito a certas perguntas a que incompletissimamente se dá resposta. A filosofia, se bem que incapaz de nos dizer ao certo qual venha a ser a verdadeira resposta às variadas dúvidas que ela própria evoca, sugere numerosas possibilidades que nos conferem amplidão aos pensamentos, desactivando-nos da tirania do hábito. Embora diminua, por consequência, o nosso sentimento de certeza no que diz respeito ao que as coisas são, aumenta em muitíssimo o conhecimento a respeito do que as coisas podem ser; varre o dogmatismo, um tudo-nada arrogante, dos que nunca chegaram a empreender viagens nas regiões da dúvida libertadora; e vivifica o sentimento de admiração, porque mostra as coisas que nos são costumadas num determinado aspecto que o não é. Além desse dom de nos abrir perspectivas de