Ata do copom
A evolução dos preços na economia brasileira nos últimos meses demonstra a consolidação de uma inflação próxima a 5,5% ao ano, estando aproximadamente 1 p.p acima da meta de 4,5%, o que viola um dos pilares do tripé econômico adotado pelos responsáveis pela política econômica. Por outro, em direção oposta, o crescimento econômico segue em baixa, com uma variação positiva de apenas 0,1% e 0,2% nos dois primeiros trimestres do ano. Com isso, o quadro da economia atual é de um baixo crescimento com uma trajetória de inflação ascendente. Para a inflação, o Banco Central atribui seu aumento a um encarecimento das commodities agrícolas no mercado global (o chamado choque de oferta), que impacta diretamente nos preços dos alimentos. O segundo ponto destacado pela autoridade monetária é a pressão sobre os indicadores de preços que abrangem o segmento de serviços, e que apontam segundo a Ata uma inflação acumulada no ano próximo a 8%, contribuindo de forma sensível para o descolamento da inflação total de sua meta.
O comportamento da inflação de serviços comporta ainda uma relação estreita com o crescimento da economia nos últimos anos, pois se de um lado esse segmento contribui para o aumento da inflação, por outro se destaca pelo número de geração de empregos formais. Esses duas pontas se encontram ao destacar-se que o crescimento da economia brasileira, independente do nível, evolui apegado à robustez do mercado interno (diretamente ligada aos serviços). Essa consistência do mercado interno está pautada num patamar de massa salarial ascendente, expansão do crédito e taxa de desemprego em piso histórico, fatores que explicam o crescimento do comércio (setor que inserido no segmento de serviços, cresce acima de 5% no acumulado em 12 meses) e a pressão sobre os salários, que por sua vez implicam no repasse e aumento de preços. Em meio à contribuição do setor de serviços para a economia, a