Assédio moral
Fonte: CTB
O assédio moral no mundo do trabalho está inserido na lógica organizativa. A avaliação é da mestre em Psicologia Social e médica do trabalho, Margarida Barreto, que abordou o tema durante o 1º Encontro de Trabalhadoras Metalúrgicas de Caxias e Região, realizado ente os dias 20 e 21 de novembro.
"Os pilares que originam o assédio moral estão na forma de estabelecer valores pelos gestores. Hoje, recebemos uma média de 30 denúncias por dia de pressão psicológica. No Brasil, 39,5% dos trabalhadores sofrem abuso verbal e sofrem com humilhações como: Você é burra; Se dependesse de mim, colocaria você para trabalhar no banheiro."
Margarida recorreu a vastos exemplos, nominando inclusive empresas e organizações, onde foram identificadas práticas de assédio moral, como pressão para obrigar mulheres a pedirem demissão quando voltam da licença maternidade e trabalhadores com doenças, como LER (Lesões por Esforços Repetitivos). Com essa estratégia, a empresa se isenta de arcar com os direitos e a estabilidade.
"Hoje, o assédio moral é cada vez mais assustador. Não existe mais a luta de classes. Todo mundo virou colaborador. Colaborador da própria opressão?" Na avaliação da palestrante, as empresas fazem com que o trabalhador se sinta inútil para continuar nas funções quando os gestores estabelecem regras de produção para atingir metas de crescimento.
"O assédio está entre a luta de classe de capital e trabalho. É uma prática maquiavélica, diabólica, porque faz com que o trabalhador se sinta como não mais servindo para a função. A própria família, ao perceber a insatisfação do trabalhador, passa a aconselhá-lo a mudar de emprego."
A painelista relacionou ainda o assédio moral com os problemas de doenças do trabalhador, como a depressão, que tem aumentado significativamente. Segundo Margarida, somente em 2009 foram notificados quase 700 mil acidentes e doenças do trabalho. Os números do