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A Grécia antiga possuía um regime político em que o governo e a administração pública se encontravam nas mãos dos cidadãos. No entanto, o conceito de cidadão não era tão vasto como hoje em dia, sendo que apenas um décimo da população era considerado cidadão. Para se obter o estatuto de cidadão não se podia ser mulher, escravo ou meteco, e tinha que se obedecer a um conjunto de regras.
Nessa sociedade fazer parte da vida política era uma espécie de obrigação para qualquer cidadão. Todos os cidadãos reuniam-se em assembleia popular para decidirem por eles mesmos os assuntos públicos. A retórica era assim um instrumento fundamental na democracia negra, na medida em que permitia aos cidadãos apresentarem, esclarecer e resolver os problemas.
A democracia grega apresenta-se como uma base para as democracias atuais, embora com algumas diferenças significativas. Podemos assim estabelecer as igualdades e diferenças destas duas democracias.
Ao contrário do que acontece atualmente:
• A democracia grega era uma democracia direta;
• Os escravos eram a base da economia e eram deixados à margem da vida político, evitando-se assim antagonismos de classes;
• Não existia qualquer diferença entre governantes e governados;
• A vida pessoal dos cidadãos e a sua vida política estavam estritamente ligadas.
Tal como hoje em dia:
• A argumentação racional, logos, era a chave da autoridade, sendo que quem exercia o poder político necessitava sempre apresentar razões aceitáveis;
• Existia uma relação intrínseca entre cidadania e participação,
• Havia a submissão à lei e não a uma pessoa;
• Dava-se grande importância à educação cívica e solidariedade.
A disputa entre filósofos e retores
Ao longo da história, a convivência entre retores e filósofos nem sempre foi fácil, lutando ambos pela prioridade na formação dos cidadãos gregos.
A retórica foi descoberta pelos gregos como forma democrática de resolver os problemas da cidade.
A via da filosofia