Assis valente
Assis Valente nasceu em 19 de março de 1911, em Santo Amaro, BA. Teve, desde criança, uma vida bastante conturbada. Até os 10 anos foi roubado dos pais, trabalhando em regime de semi-escravidão em casa de família e se tornado ajudante de farmácia. A família que a fez trabalhar também o fez estudar durante a noite, e Assis se tornaram, aos dez anos, um discursista de primeira qualidade, além de excelente declamador.
Já aos dez anos de idade revelava-se admirador de grandes poetas, como Castro Alves e Guerra Junqueiro, cujos versos declamavam, encantando aos que ouviam. Por essa idade segue com um circo mambembe, até que finalmente radicou-se em Salvador, onde se fez aluno do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, aprendendo também a confeccionar dentaduras.
No início dos anos 1930, começou a compor sambas. Em 1932, conheceu Heitor dos Prazeres, que muito o incentivou. Em princípios de 1941, casou-se com Nadili, com quem teve sua única filha, Nara Nadili nascida em 1942. Pouco depois o casal se separou. A 13 de maio de 1941, no apogeu de sua carreira de compositor, o Rio de Janeiro foi sacudido com a notícia de que ele se tinha atirado do Corcovado e, milagrosamente preso a um galho de árvore, fora libertado por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Mas, embora salvo, moralmente prosseguiu em sua queda do abismo. Nunca mais foi o mesmo. Seu nome foi, aos poucos, sendo esquecido e, a partir de então, só esporadicamente voltava ao cartaz. Anos depois da primeira tentativa, quando Elvira Pagã, com escândalo, cobrou-lhe uma dívida de Cr$ 4.000,00 (quatro mil cruzeiros), tentou novamente o suicídio, dessa vez com lâmina de barbear. Passou então a viver de seu laboratório de prótese dentária e esporadicamente de sua música. Mas, para pagar o laboratório, era geralmente obrigado a contrair novas dívidas. Ao contrário do que muitos pensavam, continuava a compor.
Desesperado com as dívidas, Assis Valente vai ao escritório de direitos autorais, na esperança de