Anos 30 e a Musica
No ano de 1930 - ou talvez um pouco antes - a Música Popular Brasileira dá por inaugurada toda uma década, exatamente a que passaria a história como a época de ouro, como já citamos. Dois motivos essenciais a determinaram. Primeiramente, a mudança do sistema de gravação mecânica para a gravação elétrica, o que permitia o registro fonográfico de vozes de curta extensão, mas cheias de malícia que o samba exigia. O segundo motivo foi o aparecimento e a espantosa expansão do primeiro veículo de comunicação de massa, o rádio, estimulado em seu desenvolvimento pelo novo governo Getúlio Vargas, que nele viu um oportuno fator de integração nacional. E também de esperta consolidação política do seu governo.
A cada mês o número de músicas, compositores e intérpretes crescia. Personagens que fizeram a própria integração nacional através do mito de suas vozes e letras levadas de ponta a ponta ao Brasil pelo milagre das ondas transmitidas sem fios.
Entre tantos, destacam-se Carmem Miranda e Mário Reis, os cantores que foram fruto direto do milagre do microfone a partir de 1930, já que suas vozes de curta extensão puderam registrar toda a malícia e bossa da música popular.
A década de 1930 foi a mais rica que já houve na música popular brasileira. Logo no seu primeiro ano, são lançados Noel Rosa e Carmem Miranda, que brilharia nos festejos momescos com a marcha "Ta hi", levando seu nome aos mais longínquos recantos desse país-continente. Aliado a isso, surgem novos valores e o carnaval, então a festa mais popular, toma maior impulso. Em 1931, "Com Que Roupa", de Noel Rosa, torna-se um dos sucessos mais estrondosos. Esse período é marcado pelas grandes orquestrações, por arranjos inesquecíveis, como o feito por Pixinguinha para sua música "Carinhoso", com letra de João de Barro, lançada em 28 de maio de 1937.
A produção de ídolos é das mais fecundas, pois surgem Orlando Silva, Francisco Alves, Vicente Celestino, Mário Reis, todos eles