FLS romantismo x tragedia classica
5) O Romantismo vs. Tragédia Clássica
Na obra Frei Luís de Sousa, segundo indicado pelo próprio autor em Memória ao
Conservatório Real, existem dois estilos facilmente identificáveis que convergem, o romantismo, do que são característicos os “dramas”, que se opõe ao realismo; e a tragédia clássica, que é trazida deste o tempo dos gregos, cuja principal característica se prende no facto de, sobre alguém que não tem culpa (não fez nada) cair uma tragédia
(desgraça) de forma a que o público sinta o efeito de catarse (ver mais à frente).
5.1) Características Românticas na obra
- Escrito em prosa;
- Dividido em três actos (I, II e III);
- Presença (e exaltação) de sentimentos fortes nas personagens;
- Exaltação do patriotismo, presente principalmente em D. Manuel e D. João;
- Personagens “anjo”, especialmente em Maria (inteligente, perfeição);
- A morte de Maria em palco;
- A religião como consolo.
5.2) Características da Tragédia Clássica na obra
- A família condenada apesar de não ter culpa;
- O erro de D. Manuel e D. Madalena em casar (sem saber se D. João estava morto), que se chama Hybris;
- A catarse no fim, ou seja, a sensação da audiência que a sua vida pessoal não é tão má assim;
- Os ambientes que mudam o estado de espírito que uma forma um tanto subtil;
- Poucos espaços e personagens;
- Os conflitos interiores de Madalena e Telmo, que se chama agón;
- O reconhecimento de D. João de Portugal no Romeiro, que se chama anagnórisis;
- O aparecimento de D. João e as suas consequências (casamento e filha ilegítimos), a que se chama peripécia;
- O clímax, quando se reconhece o Romeiro (que também corresponde à anagnórisis); - O sofrimento das personagens ou o pathos, muito evidente em D. Madalena;
- A catástrofe, que é a dissolução da família e a morte de