Assimilação do grupo – nd
RESUMO: Sabemos que na língua portuguesa há uma presença muito grande variações linguísticas, que mudam de estado para estado, de região para região e assim sucessivamente. Este trabalho objetiva tratar do processo de variação conhecido como assimilação, em particular do grupo – nd, percebido na fala dos feirantes da cidade de Picos. Esse tipo de alteração ocorre quando dois sons diferentes, mas com algum traço em comum se tornam parecidos ou até mesmo idênticos. A assimilação do – nd, só é possível porque o /n/ e o /d/ são consoantes dentais, ou seja, há uma similaridade entre ambas e esse fato permite que um fonema assimile o outro, no caso o /d/ é assimilado pelo /n/. O presente estudo segue o método empírico-dedutivo, visto que as falas analisadas foram obtidas em situação de interação e diálogo com os entrevistados, no seu ambiente de trabalho. Primeiramente foram gravadas entrevistas, em seguida realizaram-se transcrições fonéticas, baseadas na tabela de símbolos propostos pela Associação Internacional da Fonética, posteriormente ocorreu a análise das transcrições. Ficou clara a presença da assimilação na fala dos feirantes, além de outros processos de variações, que em grande parte são decorrentes da mesma. Percebe-se que a variação em estudo ocorreu tanto na fala das pessoas que tinham menos escolaridade, quanto na das que tinham maior grau de instrução.
PALAVRAS-CHAVE: Variações; Fonologia; Assimilação
INTRODUÇÃO
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso da mesma varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme, pois dependendo da situação de comunicação uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só língua. Na língua portuguesa podemos notar vários processos de variações como a ditongação, a monotongação, a vocalização, a palatalização, a despalatalização,