Aspectos da motricidade
Dessa forma, todos os componentes curriculares serão significativos, principalmente os relacionados à expressão corporal como linguagem, como o Ensino de Artes e Educação Física. Tal perspectiva impõe um novo pensar, um agir diferente nas intervenções pedagógicas e a renovação do acervo das práticas corporais ofertadas aos alunos, pois pensando na Educação Física como prática pedagógica observa-se que esta ´normalmente refugia-se no campo desportivo, converte-se num amontoado desordenado de técnicas e é estimulada por uma corporação de professores que repetem sempre os mesmos assuntos, folheiam sempre os mesmos livros e analisam sempre os mesmos problemas´.(24) Eis que a transição dos aspectos da motricidade para a intervenção pedagógica na Educação Física ainda se mostra incipiente, embora tenhamos exemplos bem-sucedidos, como apresentaremos a seguir, mas representam atitudes isoladas que têm sua relevância, porém não esboçam mudanças expressivas nas práticas escolares.
A reforma curricular realizada no início da década de 90 introduziu novos conhecimentos na estrutura curricular das agências formadoras, tendo-se, inclusive, várias escolas de Educação Física optado pela motricidade humana como marco conceitual do currículo, mas não notamos mudanças substanciais no fazer pedagógico dos professores nas escolas, como destacada o documento da Educação Física nos PCNs: ´estudando o trabalho do professor de Educação Física, conclui-se que esse profissional adquire uma considerável bagagem de conhecimentos, durante a sua formação, e o empobrecimento do seu trabalho nas escolas leva-o ao não resgate do que aprendeu, ao esquecimento, à subutilização de seu potencial, ou seja, à não utilização de suas capacidades e habilidades´.(25) Tudo leva a crer que lidamos com mundos adversos dos quais universidade e escola divergem em teorias, ações e na educação dos alunos, pois parece existir um currículo para formar o professor e outro que é materializado