Aspectos da colonização francesa em pelotas
A imigração francesa foi de grande importância na região do município de Pelotas, pois deu contribuição inestimável ao seu de-senvolvimento. Na zona rural, através das plantações de uvas e fabricação de vinhos e na zona urbana com o desempenho principalmente no comércio, educação e cultura, sempre com grande benefício à cidade.
A presença francesa em Pelotas é antiga e deu-se inicialmente com a passagem de viajantes que não se fixaram aqui, como no caso de Auguste de Saint-Hilaire (1820), Arsène Isabelle (1834) e Conde d’Eu (1865), que deixaram suas observações, ou profissionais liberais como o engenheiro Gregório Howyan, com o projeto de saneamento para Pelotas, e os arquitetos Dominique Pineau e Dominique Villard, responsáveis pela construção do prédio da Escola Eliseu Maciel.
Saint-Hilaire, que visitou Pelotas em setembro de 1820, nos fala de dois franceses que aqui viviam: um era cirurgião e o outro era professor; talvez sejam os primeiros franceses em solo pelotense (SAINT-HILAIRE,1987; p.82). Com a visita de Conde d’Eu, se cogitou pela primeira vez a idéia de estabelecer na região de Pelotas uma colônia de franceses, o que irá ocorrer pela iniciativa privada em 1880 (LEÓN,1994; p.206).
Houve também os que por imigração espontânea se fixaram na cidade ou no campo: os citadinos tiveram talvez maior influência porque estavam mais perto das decisões e das áreas de convivência social, como foi o caso dos franceses Leopoldo Jouclá, um dos diretores do Clube Comercial e por muitos anos agente consular francês; Ambrósio Perret, introdutor de um viveiro de plantas e árvores frutíferas vendidas para várias regiões do Rio Grande do Sul e do Brasil (BEAUX,1976; p.86); Alexandre Gastaud, responsável pela instalação da energia elétrica na Santa Casa de Misericórdia em Pelotas (BEAUX, 1976; p.50); e o dentista Amadeu Gastal, pioneiro no fabrico de compotas de pêssego e no plantio de eucaliptos, iniciado por ele em 1876 (BEAUX, 1976; p.99);