Asfixia
ASFIXIA PERINATAL
Carlos A. M. Zaconeta
Intensivista neonatal da Unidade de Neonatologia do Hospital Materno Infantil de Brasília
Conceito: Asfixia perinatal é uma injuria sofrida pelo feto ou pelo RN devida à má oxigenação (hipoxia) e/ou má perfusão (isquemia) de múltiplos órgãos. Associa-se a acidose láctica e, na presença de hipoventilação, a hipercapnia. Na prática clínica considera-se asfixiado um RN com o Apgar do 5o minuto inferior a 4 pontos ou quando o pH em sangue de cordão umbilical é inferior a 7,2.
Incidência: A incidência de asfixia perinatal varia em torno de 1-1,5% em vários centros e está correlacionada diretamente com a idade gestacional e o peso ao nascer. Acontece em 9% dos RN 36 semanas. A incidência é maior em RN a termo de mães diabéticas ou toxémicas. Independendo da idade gestacional, o RCIU e a apresentação pélvica aumentam a incidência de asfixia. Os RN pós-termo também são de alto risco.
Etiologia: Asfixia pode acontecer antes, durante ou após o parto; 90% dos casos ocorrem no período ante ou intra-parto como conseqüência de uma insuficiência placentária. Os casos restantes, pós-parto, são secundários a doenças pulmonares, cardiovasculares ou neurológicas (Ver Tabela 1).
Tabela 1. Condições que podem levar a asfixia perinatal
Causas Maternas
Causas Intraparto
Causas Fetais
Causas neonatais
Primiparidade idosa (mais de 35 anos) Drogas que causam depressão respiratória (anestesia ,narcóticos, Sulf, de Mg)
Malformações. Congênitas
Imaturidade pulmonar e outros distúrbios respiratórios
Primiparidade adolescente (menor de 16 anos)
Apresentação pélvica ou outras anormais
Gemelaridade
Tumores intratorácicos
Diabetes
Trabalho de parto prolongado
RCIU
Anemia
Hipertensão
Prolapso de cordão
Prematuridade
Hemorragia
Toxemia
DCP
Pósmaturidade
Distúrbios metabólicos
Doenças crônicas
Hipotensão materna
Hidropsia fetal
Anemia (Hb10gr/dl)
Descolamento prematuro de