Ascenção e Queda
AS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA: DO
IDEALISMO MARXISTA AO NARCOTERRORISMO
Maria do Socorro Baptista Barbosa1
INTRODUÇÃO
Tanto as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), na
Colômbia, como o Sendero Luminoso, no Peru, tiveram seus inícios marcadamente políticos, com claras definições ideológicas: as FARC eram comunistas de viés Leninista, e o Sendero era comunista de viés Maoista.
Sendo de vieses tão distintos, não havia, até o início do século XXI, elemento de ligação entre as duas organizações, a não ser pela violência praticada por seus membros, o que levou a sociedade civil e os governos legítimos ou não de seus países de origem a rotulá-los de “organizações terroristas”.
As FARC surgiram como aparato militar do Partido Comunista
Colombiano, com o objetivo de, através da guerrilha, subverter a ordem e tomar o poder na Colômbia, e o Sendero Luminoso surgiu de uma dissidência do Partido Comunista Peruano, denominando-se Bandera Roja, que acreditava poder chegar ao poder a partir de uma revolução camponesa.
Ambas as organizações tiveram seus momentos de glória e de apoio popular. Com a inserção das FARC no narcotráfico nos anos 80 e a prisão dos líderes do Sendero nos anos 90 do século XX, a visão muda, e o que começou como luta política de levante das massas e busca por uma sociedade mais justa passa a ser vista como atividade marcada pela violência, mas sem maiores objetivos políticos.
Surge então um questionamento: o que levou o Sendero Luminoso e as
FARC a mudarem seus traçados originais? Que trajetórias seguiram esses grupos insurgentes do Peru e Colômbia para serem visto hoje como apenas
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Doutora em Letras pela UFSC, professora adjunto da UESPI, estudante do 3º Bloco do Curso de História na UESPI, Campus Poeta Torquato Neto.
mais um grupo de traficantes? E como se estabelece a relação entre as duas organizações? Para tentar responder