As vantagens de ser invisível
Charlie, um adolescente de 15 anos, tinha perdido seu único e melhor amigo, Michael – que cometera suicídio antes mesmo da história do livro começar-, e não gostava nem um pouco de ir à escola, apesar de ser um aluno bastante inteligente. Todos meio que estavam preocupados com ele. Então, uma garota contou sobre um amigo que o entenderia e que ele julgou ser uma pessoa legal, pelo simples fato dele não tentar ir para cama com aquela pessoa, embora pudesse ter feito isso, e começou a escrever cartas contando sua vida para ele. Cartas bastante pessoais e intensas. Não se sabe para quem ele escrevia, nem a real identidade das pessoas citadas, já que ele usou um nome fictício para todos, até para ele mesmo. A única coisa que se sabe é que Charlie é um garoto diferente, que vê as coisas com outros olhos. E sou muito grata por ele compartilhar a história dele comigo.
As Vantagens de ser Invisível se passa no subúrbio de Pittsburgh, Pensilvânia na década de 90 e transmite toda aquela vibe de adolescentes descobrindo o mundo do sexo, drogas e Rocky Horror Picture Show – filme/peça teatral que Charlie freqüenta. Mas não de uma forma ruim ou indigna de ser contada. E sim do jeito introspectivo do nosso protagonista de ser. Há também várias referências aos clássicos da literatura e do cinema, assim como ótimas músicas.
“Nos bailes da escola, eu sento no fundo, fico tamborilando com os dedos e imagino como muitos casais dançarão a “sua música”. Nos corredores vejo as garotas vestindo as jaquetas dos rapazes e penso no conceito de propriedade. E me pergunto se alguém é realmente feliz. Espero que sejam. Realmente espero que sejam.
[...]
- Você sempre pensa muito nisso, Charlie?
- Isso é ruim? – Eu só queria que alguém me dissesse a verdade.
- Não necessariamente. É só que às vezes as pessoas usam o pensamento para não participar da vida.
- Isso é ruim?
- É.” (Página 34).
Entenda que Charlie é um adolescente solitário. Seu irmão mais