As três parabólas
INTRODUÇÃO
Normalmente esse tão conhecido capítulo da Bíblia é quebrado em pedaços por escritores e pregadores, que tratam dele como possuidor de três parábolas preciosas e distintas: a da ovelha perdida (1-7), a da dracma perdida (8-10) e a do filho perdido (11-32).
Na realidade, porém, o capítulo todo é somente uma parábola com três figuras. Não há interrupções nos versículos. Uma ilustração flui para dentro da outra. Portanto, quando lemos: “Jesus lhes propôs esta parábola” (Lc 15:3), a forma singular, “esta parábola” significa que o capítulo inteiro constitui essa única narrativa. Há níveis que se sucedem na parábola, mas não há interrupção. As ilustrações que Jesus usou nela fundem-se e combinam umas com as outras.
Para clarear mais essa verdade observemos os versículos 3, 8, 11; As expressões inicias desses versículos deixam nítida a intenção de Jesus, ou seja, contar uma parábola, com três figuras distintas, mas que se completam. A parábola de Lucas 15 pode ser compreendida como uma pirâmide, na qual existem inscrições diferentes em cada lado, mas no fim formam uma só pirâmide.
É possível fazer uma interpretação ou colher verdades quando olhamos cada figura dessa parábola de forma individual? Sim, é possível, porém somente teremos uma visão ampla desse ensino de Jesus quando analisarmos as figuras como um todo.
CONTEXTO DA PARÁBOLA.
Quando Jesus pronunciava seus ensinamentos por meio de parábolas sempre havia um contexto para isso, e em Lucas 15 não é diferente. Observe os versículos 1 e 2, Jesus ensinava a publicanos e pecadores, e por isso recebe uma critica dos fariseus e dos mestres da lei.
Para os judeus daquela época existiam dois grupos sociais que eram menosprezados e separados da comunidade judaica, os publicanos e as prostitutas, ambos pelo mesmo motivo. As prostituas vendiam seu corpo, e os publicanos, judeus que trabalhavam para o império romano fazendo a cobrança dos impostos, que haviam se