As tre s ensaios da sexualidade
Com isso as perversões, relevam com o lado da desenvolvimento normal,
A CONCEPÇÃO SÁDICA DA RELAÇÃO SEXUAL Quando as crianças em tão tenra idade assistem à relação sexual entre adultos, o que éensejado pela convicção dos mais velhos de que a criança pequena não pode entender nada desexual, elas não podem deixar de conceber o ato sexual como uma espécie de sevícia ousubjugação, ou seja, de encará-lo num sentido sádico. A psicanálise também nos permite verificarque uma impressão dessa natureza na primeira infância contribui em muito para a predisposição aum deslocamento sádico posterior do alvo sexual. Ademais, as crianças se ocupam muito com oproblema de saber em que consiste a relação sexual, ou, como dizem elas, em que consiste sercasado, e costumam buscar a solução do mistério em alguma atividade conjunta proporcionadapelas funções de micção ou defecação. O FRACASSO TÍPICO DA INVESTIGAÇÃO SEXUAL INFANTIL Em geral, pode-se dizer das teorias sexuais infantis que elas são reflexos da própriaconstituição sexual da criança, e que, apesar de seus erros grotescos, testemunham uma maiorcompreensão dos processos sexuais do que se pretenderia de seus criadores. As criançastambém percebem as alterações provocadas na mãe pela gravidez e sabem interpretá-lascorretamente; a fábula da cegonha é amiúde contada a uma platéia que a recebe comdesconfiança profunda, embora quase sempre silenciosa. Mas como dois elementos permanecemdesconhecidos na investigação sexual infantil, a saber, o papel do sêmen fecundante e aexistência do orifício sexual feminino - os mesmos pontos, aliás, em que a organização sexualinfantil ainda está atrasada -, os esforços do pequeno investigador são geralmente infrutíferos, eacabam numa renúncia que não raro deixa como seqüela um prejuízo permanente para a pulsãode saber. A investigação sexual desses primeiros anos da infância é sempre feita na solidão;significa um primeiro passo para a orientação autônoma no mundo e