As Revoluções Inglesas
A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo que começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688.
As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas. Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, abrindo espaço para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa da história da Europa no qual antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.
Os antecedentes políticos
O fortalecimento do poder real na Inglaterra foi anterior aos demais Estados europeus. Quando a centralização do poder dos governantes foi mais acentuada na porção continental da Europa, a da Inglaterra perdeu o fôlego. O rei Henrique II, que governou a Inglaterra na segunda metade do século XII (1154 – 1189), foi o grande responsável pela centralização política inglesa. Seu reinado foi sucedido pelo de seu filho primogênito, Ricardo I, conhecido como Ricardo Coração de Leão, pelo seu grande interesse pelas atividades militares. Ricardo não conseguiu dar continuidade ao processo de centralização iniciado pelo seu pai, pois seu instinto militar o levou a lutar contra os muçulmanos nas Cruzadas e, depois, contra a França, onde morreu.
Seu irmão, João (conhecido como João Sem-Terra, pelo fato de não ter recebido nenhuma herança ou propriedade do pai), assumiu o trono. Esse novo rei cultivou inimizades com os nobres e com o clero. Para conseguir controlar a situação e se manter no poder, ele resolveu criar novos impostos e aumentar os existentes.
A reação do povo inglês veio na forma de um documento, redigido