As principais teorias filosóficas do séc XIX
Para uma melhor compreensão dos movimentos literários da segunda metade do século XIX, Realismo e Naturalismo, é importante conhecer as idéias e teorias que impactaram de modo fundamental as obras dos escritores da época. Segue abaixo uma análise de três pensadores fundamentais do período: Charles Darwin, Augusto Comte e Karl Marx.
CHARLES DARWIN
Até o século XVIII, acreditava-se que o homem e todas as espécies existentes haviam sido criados assim como são e que não tinham sofrido nem poderiam podiam sofrer nenhuma transformação. Contudo, em1859, o cientista inglês Charles Darwin, filho de um pastor anglicano, após longas viagens, inclusive pela América do Sul, observando e refletindo sobre o universo dos seres vivos deu início a uma profunda revolução na história da ciência ao publicar uma obra fundamental denominada Sobre a origem das espécies.
As idéias-chave da teoria de Darwin são as da “luta pela sobrevivência” e a da “seleção natural”. Assim, a história dos seres vivos nada mais é do que o resultado de uma guerra entre as várias espécies animais e inclusive entre indivíduos da mesma espécie. Ao final dessa competição, sobrevivem apenas os mais fortes e os mais adaptados ao ambiente, processando-se, portanto, uma seleção natural através da qual os organismos vitoriosos evoluem de estruturas simples a outras de maior complexidade orgânica.
A teoria darwinista escandalizou a Europa porque representou um golpe terrível na concepção religiosa de então, centrada na idéia de que a Bíblia seria um livro rigorosamente histórico e documental. Naquela época, a grande maioria das pessoas acreditava que a humanidade começara com Adão e Eva, Noé vagara numa arca pela terra inundada, Jonas sobrevivera três dias no ventre de uma grande baleia, e o mundo, desde a criação divina, não alcançara ainda sessenta séculos, etc.
As idéias de Darwin abalaram profundamente as concepções religiosas e