resenha
SUBIDA AO TOPO DO MUNDO
CARTAS DO EVEREST, Airton Ortiz, Rio de Janeiro: Ed. Record, 2008.
Lançado em 2008, o livro “Cartas do Everest” é a única obra ficcional do escritor gaúcho Airton Ortiz. Mais conhecido por seus livros de reportagem e precursor do gênero “jornalismo de aventura”, Ortiz lançou pela Editora Record livros de sucesso como “Em Busca do Mundo Maia”, “Na Trilha da Humanidade”, “Na Estrada do Everest” e “Cruzando a Última Fronteira”, todos integrantes da coleção “Viagens Radicais”. Neles são relatadas as aventuras do escritor pelo mundo, desbravando lugares exóticos em meio a natureza.
“Cartas do Everest” relata a tentativa de Claudio Adônis Montenegro, na companhia de mais dois alpinistas, um americano e outro alemão, em conquistar o cume da montanha mais alta do planeta.
Os capítulos são intercalados entre cartas e fragmentos do diário de Cláudio, onde o leitor pode acompanhar suas adversidades e a beleza encontrada pelo caminho. São abordados, ainda, conflitos emocionais e inerentes à natureza humana:
“Para ter sucesso é preciso estar motivado. Se a motivação for excessiva, é provável que se morra. Há uma febre que costuma atingir os aplinistas menos experientes, a Febre do Cume. Quando uma pessoa está muito perto de alcançar o objetivo, especialmente após um esforço físico penoso, sente uma grande euforia capaz de cegar os olhos para os riscos e, simplesmente, seguir em frente.
Não saber a hora de parar, respirar, analisar com calma e, se preciso for, voltar, pode ser o fim. Não só no alpinismo como em todas as circunstâncias da vida. O excesso de autoconfiança, como todos os excessos, pode matar. Lições que valem por uma vida, quer seja no mar ou na terra.”
O sentimento de companheirismo, luta e conquista são relatados de maneira bastante exaustiva, notando-se que o autor procura passar ao personagem emoções já vividas por ele. Todavia, diversamente de seus livros jornalísticos,