As Politicas de Saúde
A Política de Saúde no Brasil passou por profundas alterações passando de simples assistência médica a direito à saúde. Os serviços de saúde emergiram no Brasil, ainda no século XIX, apresentando uma organização precária, baseada na polícia médica, onde as questões de saúde eram ainda de responsabilidade estritamente individual, cabendo ao indivíduo à atribuição de garantir sua saúde através do "bom comportamento", e às políticas públicas de saúde cabia o controle das doenças epidêmicas, do espaço urbano e do padrão de higiene das classes populares. As três primeiras décadas deste século podem ser definidas como um período de hegemonia das políticas de saúde pública: "modelo de atenção em saúde orientada predominantemente para o controle de endemias e generalização de medidas de imunização", tida como ideologia campanhista, contextualizada pelas extensas repercussões sociais das políticas de defesa da renda do setor exportador cafeeiro, e pela pressão financeira do Estado sobre a circulação monetária, objetivando o controle das contas públicas.
As políticas de saúde deste período mostra o modelo de atenção concentrava fortemente as decisões, em geral tecnocráticas e, também, adotava um estilo repressivo de intervenção, favorecendo o surgimento e a consolidação de uma estrutura administrativa centralista, tecnoburocrática e corporativista, dificultando a participação da população nas questões pertinentes à política de saúde. Às medidas repressivas as ações sanitárias recorreram a meios dissuasórios, através de Conselhos ao Povo, publicados na imprensa e em folhetos avulsos, sobre os meios de evitar a doença. Ao mesmo tempo foi constituída a brigada contra os mosquitos transmissores de febre amarela, dentro de características paramilitares.
A implantação dos programas e serviços de auxílio e de atenção médica foi impregnada de práticas clientelistas, típicas da Era Vargas,