As parceiras
LUFT, Lya. As parceiras. 2. ed. Rio de janeiro: Nova fronteira, 1980. 149 p.
Lya Luft nasceu no dia 15 de setembro de 1938, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Iniciou sua vida literária nos anos 60, como tradutora de obras literárias em alemão e inglês. Já traduziu para o português mais de cem livros. Entre outros, destacam-se traduções de Virgínia Wolf, Reiner Maria Rilke, Hermann Hesse e etc. Ela diz que traduzir é sua verdadeira profissão. E que faz tradução para ganhar dinheiro. Seu desejo é aproximar o escritor estrangeiro do leitor brasileiro. Confessa que não pode ser inteiramente fiel, porque se pode correr o risco de ninguém entender nada. Mas não faz um carnaval em cima do texto alheio, não inventa, não cria frases que não existem.
Em 1980 Lya lança seu primeiro romance, As parceiras, muito bem recebido pela critica. As parceiras foi um livro tão bem conceituado, que veio a servir de tema de estudos em diversas universidades, sendo publicado até mesmo na Europa, mais propriamente dito na Alemanha. O livro aborda diferentes temas, como a visão de uma menina sobre sua família decadente e desestruturada, no seio da qual a mesma passa por diversas situações que cada vez a afastam mais da felicidade. Na obra, conhecemos Anelise, uma menina de quatorze anos à beira do caos, que vive fazendo diversas viagens ao passado e ao futuro para tentar achar razões para sua desgraça familiar. Com o desenrolar da história, ela tenta encontrar coragem para lidar com os seus fantasmas ocultos: a avó Catarina, mulher de vida trágica, que casara aos 14 anos com um homem mais velho e de extrema violência, que cansada de tanta insatisfação, acaba ficando louca, e após anos de infelicidade acabou suicidando-se; a tia Beata, uma mulher frígida, viúva, sem sorte alguma no pouco tempo de casada, nunca conseguiu consumar seu casamento; a tia anã Bila, figura caricata que a assombrava quando menina; e Vânia, sua irmã, que mostrava ser completamente seu