As parceiras
As recordações de Anelise começam na avó Catarina que, aos 14 anos, casou e desenvolveu um terror pelo sexo devido aos arrebatamentos sexuais do marido, procurando fugir à realidade através do isolamento no sótão da casa. Ainda assim, dessa relação resultaram quatro filhas. A mais velha, Beatriz, casou e perdeu o marido após algumas semanas. Isso fê-la esquecer a sua feminilidade e sexualidade, refugiando-se na religião. Dora, outra filha, casou quantas vezes lhe foi possível, não sendo feliz, no entanto, em nenhum dos casamentos. Como artista plástica expressava a sua tristeza nos inúmeros quadros que pintava. Norma, a mãe de Anelise, é retratada de uma forma tão ténue, tão passageira, que nos dá a sensação que a própria personagem principal não conheceu verdadeiramente a mãe. E, finalmente, Sibila, que foi o resultado de uma violação cometida pelo marido de Catarina quando esta estava submersa no seu mundo de loucura. A filha mais nova nasce anã e com trissomia 21.
Na casa em que viveu na sua infância, numa semana de férias, Anelise recorda todos os momentos cruciais do passado e esse distanciamento permite-lhe uma sabedoria maior, uma visão mais concreta dos acontecimentos; permite-lhe encaixar os flashbacks no presente, de uma forma perfeita e nada desproporcionada.
Não vou contar muito mais. Apenas