Resenha: as parceiras
A história do livro é narrada por Anelise, uma mulher na faixa dos 40 anos, que decide partir em uma jornada de autoconhecimento acerca de toda a sua vida até então. Os capítulos são divididos em sete dias da semana, que é o tempo que a protagonista passa na praia, no chalé de sua família. Ao longo dos sete dias, descobrimos acontecimentos íntimos e marcantes da vida não só de Anelise, mas como de toda a sua família de mulheres. E são esses acontecimentos que a levam a se distanciar do mundo por um tempo, com o objetivo de resolver o seu caos interior e entender o porquê das coisas terem ocorrido daquela maneira ao longo de sua vida.
Anelise se descreve como oriunda de uma “família de mulheres”, parceiras na vida e nas desgraças. Todos os infortúnios e inseguranças começam com a avó, Catarina, uma mulher que foi obrigada a casar com um homem violento quando tinha apenas 14 anos. Dessa união, duas coisas importantes aconteceram: o nascimento de 4 filhas e o confinamento de Catarina em sua própria loucura, que a levou a se enclausurar em um sótão branco e inocente durante o resto da vida, até cometer suicídio. As filhas de Catarina não tiveram destino muito mais feliz: Norma, a mãe de Anelise, morreu em um acidente de avião; a tia Beatriz – ou melhor, a Beata – se tornou uma viúva virgem após o suicídio do marido pouco tempo após o casamento; a tia Dora, uma pintora que foi casada diversas vezes, mas que nunca se viu feliz em nenhum matrimônio; e, por fim, a tia Sibila, uma