As novas formas de expressão do preconceito e do racismo
O objetivo de Marcus Eugênio Oliveira Lima e Jorge Vala, autores do artigo “As novas formas de expressão do preconceito e do racismo”, foi de avaliar e considerar as novas formas de expressão do preconceito e do racismo, que se manifestam em sociedades formalmente democráticas. O primeiro passo para embasar o artigo foi diferenciar preconceito e racismo. Segundo Allport, o preconceito pode ser definido como uma atitude hostil contra um indivíduo, simplesmente porque ele pertence a um grupo desvalorizado socialmente (Allport, 1954). Assim, as formas de preconceito são inúmeras. Há o preconceito sexista, a homofobia, o ageísmo, preconceito contra pessoas gordas, preconceito contra pessoas com deficiências físicas, preconceito contra imigrantes de outros estados, etc. Dentre tantas formas temos o preconceito étnico ou racial que é baseado em função de características físicas ou fenotípicas supostamente herdadas. A principal diferença entre preconceito e racismo, é que o racismo é muito mais do que uma atitude, pois se fundamenta num processo de hierarquização, exclusão e discriminação contra um indivíduo ou um grupo que é definido como diferente com base em alguma marca física externa (real ou imaginada). Uma característica importante, segundo Jones, que diferencia o racismo do preconceito é que enquanto o preconceito é individual, o racismo não existe apenas a um nível individual, mas também a nível institucional e cultural.
As novas formas de expressão do preconceito e do racismo
Mudanças históricas como a emergência dos movimentos pelos direitos civis nos EUA e a Declaração dos Direitos Humanos mudaram de tal forma a expressão do racismo e do preconceito que se poderia acreditar que eles estavam extintos. Contudo, as pessoas, face às pressões da legislação antirracista e dos princípios da igualdade e da liberdade, começaram a expressar seu preconceito de uma forma mais