As Implicaturas por trás das charges
Ruth Marcela Bown Cuello (UFPB) rmbown@hotmail.com Francisca Janete da Silva Adelino (UFPB)
Janete_adelino@ibest.com.br
1. Introdução
Ultimamente têm aparecido muitas pesquisas e estudos sobre o trabalho com gêneros textuais seja na área da semântica argumentativa, da análise do discurso, da pragmática ou outras. Tem-se então percebido, também, o interessante e produtivo que pode ser trabalhar com humor nas diferentes áreas do conhecimento.
Por essa razão, o presente trabalho faz uma análise da quebra de máximas no gênero charge, tendo como fundamentação a “Teoria das Máximas de Grice”. A investigação de natureza qualitativa tem como hipótese que neste tipo de gênero é comum a quebra intencional de uma ou mais máximas e que esta quebra de máxima é o que geralmente provoca o riso. Especificamente verificamos que a quebra intencional se dá mais na máxima de relação.
Escolhemos esse gênero textual porque é um gênero que sempre é suscetível a interpretações, sempre há insinuações ou subentendidos. Quisemos saber o que há por trás das charges, qual é a crítica, a intenção do autor e o que o leitor precisa saber
(conhecimento prévio ou de mundo) para poder compreender a charge.
2. Marco teórico
É comum e natural que algumas vezes ao conversar emitamos enunciados que permitam mais de uma leitura, ou seja, um enunciado pode comunicar mais do que o sentido literal. Diante deste fato, o filósofo inglês Paul Grice (1982), levanta a hipótese de que deve haver alguma regra para que o falante comunique mais do que diz literalmente e o ouvinte capte também mais do que o falante diz literalmente.
Então Grice (1982. p.86) estabelece o princípio geral da conversação que é o
“Princípio de Cooperação”. Os interlocutores devem fazer um esforço para facilitar a compreensão dos enunciados: “faça a sua contribuição tal como é requerida, no momento em que ocorre, pelo propósito ou direção do intercâmbio conversacional em