Comunicação e expressão
Profa. Ms. Gileyde Castro
POSTO, O PRESSUPOSTO E O SUBENTENDIDO: O DITO E OS NÃO DITOS
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. (PLATÃO; FIORIN, 2000, p. 241)
Para os autores de Para Entender o Texto, subentendido “[…] são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação” (PLATÃO; FIORIN, 2000, p. 244); em Lições de Texto, “São insinuações, não marcadas linguisticamente, contidas numa frase ou num conjunto de frases” (PLATÃO; FIORIN, 1997, p. 310).
De acordo com Ducrot (1987), podemos estabelecer o conteúdo posto - a informação contida no sentido literal das palavras de uma sentença, e de conteúdo pressuposto ou pressuposição as informações que podem ser inferidas da enunciação das sentenças; já “o subentendido se caracteriza pelo fato de que, sendo observável em certos enunciados de uma frase, não está marcado na frase” (DUCROT, 1987, p. 32). A ideia de implícito em um texto está naquilo que está presente pela ausência, ou seja, o conteúdo implícito pode ser definido como o conteúdo que fica à margem da discussão porque ele não vem explicitado no texto. Segundo Orlandi (2006), o implícito consiste naquilo que não está dito, mas dá significado ao texto:
a) o que não está dito, mas que, de certa forma, sustenta o que está dito;
b) o que está suposto para que se entenda o que está dito;
c) outras maneiras diferentes de se dizer o que se disse e que significa com nuances distintas etc.
Já as inferências passam, assim, pelo estabelecimento de sentido ou obtenção de informações na leitura de um texto pelo que não foi dito explicitamente, ou seja, pode ser inferido a partir do que foi dito, porém não está dito