As Formas Eróticas em Simmel
Miriam Dolzani
Apresentação
A Sociologia de Georg Simmel (1958-1918) representa um pensamento ímpar no interior das Ciências Sociais, ajudando a compor o quadro da Sociologia clássica alemã, ao lado de Karl Marx e Max Weber. No entanto, ao contrário destes, a produção de Simmel não é tão popularizada nos estudos acadêmicos brasileiros1. O fato de ser menos estudado que seus compatriotas pode dar a falsa impressão de que Simmel elaborou uma obra reduzida ou pouco relevante sobre os temas da Sociologia, equívoco que se desfaz logo que o esforço de investigar a sua obra se inicia.
Simmel ingressou na Universidade de Berlim aos 18 anos e defendeu sua dissertação doutoral em 1881. De 1885 a 1900 atuou como Livre-docente nesta mesma Universidade, firmando-se como conferencista de grande popularidade. Sem qualquer vínculo formal, ganhava apenas uma taxa por cada aluno inscrito em seus cursos. Aos quarenta e dois anos de idade, foi promovido a Professor Extraordinário, ainda sem entrar nos quadros permanentes de Berlim, e assim permaneceu por mais 14 anos. Somente em 1914 foi convocado para Estrasburgo, onde veio a falecer quatro anos depois. Sua trajetória acadêmica reflete um pouco das opiniões controversas existentes em relação a sua obra2.
Suas publicações em vida datam da década de 80 do século XIX e se entendem até os últimos anos de sua vida, demonstrando intensa atividade intelectual e originando mais de 200 artigos e 20 livros. Simmel teve sua obra amplamente divulgada em língua inglesa e francesa, sob diversos meios e de maneira fragmentada, o que dificulta a exata cronologia da realização de suas obras.
Dos originais simmelianos que geraram os títulos revisados para construir este artigo, destaca-se Soziologie: Untersuchungen über die Formen der Vergesellschaftung, de 1908, que foi base textual para The Sociology of Georg Simmel, traduzido para a língua inglesa em 1950, e que foi a principal fonte de O Problema da Sociologia