Utopia amorosa
[pic][pic][pic][pic]Utopia amorosa, utopia sexual (1)
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JURANDIR FREIRE COSTA http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/filosofia/utopia.htm - 21.02.06
Professor de filosofia na UPF
Nada seria mais justo do que tomar o pensamento de Marcuse e de Foucault como ponto de partida para abordar o tema da utopia sexual e amorosa. Comparar o que disseram sobre sexo, amor e utopia, pareceu-me uma boa maneira de refletir sobre os costumes sexuais e amorosos de hoje.
1. Eros e sexualidade em Marcuse.
Marcuse precedeu Foucault na crítica aos hábitos sexuais modernos. Em Eros e Civilização sua tese é a de que Freud equivocou-se quando viu na culpa e na infelicidade o inevitável tributo pago pelos indivíduos para se protegerem da destruição mútua. Sem a sublimação das pulsões e o adiamento do princípio do prazer, dizia ele, relendo Freud, nada pode defender os mais fracos da violência homicida dos mais fortes. Mas, na medida em que renunciamos à satisfação erótica, renunciamos à gratificação pulsional. O mal-estar da cultura é insuperável. Pior do que isso, sequer podemos saber se a repressão do prazer resulta em preservação da vida em comum, pois, ao sublimarmos o eros, deixamos boa parte do terreno cultural liberado para as manifestações da pulsão de morte. Em suma, dessexualizamos as vidas individuais às custas de sublimação, repressão e culpabilidade, e canalizamos a energia do sexo para o trabalho produtivo e as relações pessoais não erotizadas. Porém, além de insatisfeitos eroticamente, alteramos a economia pulsional e infletimos o equilíbrio entre as pulsões numa direção perigosa. Quanto maior é a dessexualização maior é a possibilidade da pulsão de morte agir livremente.
Marcuse não aceita esta dialética. Em seu entender, ela mostra dois grandes