As figuras do Sagrado
(Maria Lucia Montes)
A “Guerra Santa” e as ambivalências da modernidade
- 12 de outubro de 1995. Feriado nacional religioso: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil desde 1931.
- O bispo Sérgio Von Helde chuta a imagem da Virgem da Conceição em seu programa na TV Record.
- Denúncias contra a Igreja Universal surgem de todos os lados: vídeos de Edir Macedo contando como fazia para angariar recursos para sua igreja; o envolvimento em conluios escusos com o ex-presidente da república Fernando Collor de Mello e Paulo César Farias, seu tesoureiro; envolvimento com políticos malufistas; acusações de negociações de favores com o então ministro das Comunicações Sérgio Motta.
- A tudo isso seguiria um inquérito da Polícia Federal para a apuração das possíveis fraudes da Igreja Universal, além da ampla repercussão na mídia.
- Guerra de imagens entre as emissoras de Tv Globo e Record
- Passeatas evangélicas em Rio e SP manifestavam-se contra a Globo.
- Transformações no interior do protestantismo num país católico
- Rearranjo global do campo religioso no Brasil- oscilando entre o mundo público e o privado
Ambivalências da modernidade:
- economia política do simbólico
-ampliação e diversificação do mercado de bens de salvação
-igrejas gerenciadas abertamente como empresas
- modernos meios de comunicação postos a serviço da conquista das almas.
- maior autonomia dos indivíduos ao escolher sua religião em um mercado em expansão.
“Assim, a religião que, no Brasil, por quatro séculos, na figura da Igreja Católica, fora indissociável da vida pública, imbricada com a própria estrutura do poder do Estado por meio da instituição do padroado, pareceria enfim ter se inclinado definitivamente para o campo do privado, agora dependente quase de modo exclusivo de escolhas individuais.” (p.69)
- A modernidade é ambígua porque seria responsável ao mesmo tempo em que há essa fluidez de