AS FIGURAS DO SAGRADO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - CFCH
CURSO DE BACHARELADO EM HISTÓRIA - CBH
IZAQUE VALDEZ DE ARAÚJO
AS FIGURAS DO SAGRADO: ENTRE O PÚBLICO E O PRIVVADO.
RIO BRANCO– ACRE
AGOSTO DE 2014
A “GUERRA SANTA” E AS AMBIVALÊNCIAS DA MODERNIDADE
Doze de outubro de 1995. Em Aparecida do Norte, a tradicional chegada dos romeiros, que por vários dias já afluíam à cidade, agora lotada de gente os espaços monumentais entre a velha e a nova basílica. Missas ininterruptas, e as intermináveis filas da comunhão e dos fiéis pacientemente à espera de poder chegar aos pés da imagem milagrosa surgida das águas do Paraíba nos idos do século XVIII (MONTES, 1998: p. 64).
De fato, nesse dia, a Rede Record de televisão, exibira, durante uma cerimônia religiosa desse florescente grupo neopentecostal, um gesto de seu bispo, Sérigo von Helde, que desencadearia violentas reações. Durante a tradicional pregação evangélica, o bispo se referia com horror aos descaminhos idólatras da fé católica em sua “adoração a uma imagem de barro”, e que nesse dia preciso atingia seu ápice nas celebrações em Aparecida do Norte. E, para melhor ilustrar seu ponto de vista, negando qualquer valor sagrado à figura da Virgem da Conceição, pôs-se a dar pontapés numa impoder do sagrado se encontrava em outra parte naturalmente, nas crenças e ritos de sua própria fé. (MONTES, 1998: p. 66).
UM CAMPO EM TRANSFORMAÇÃO
Uma das características mais notáveis que marcam a situação das religiões no Brasil atual, e no mundo contemporâneo de um modo geral, talvez seja aquela definida pelos especialistas como sua “perda de centralidade” com relação à capacidade de conferir significado à existência do homem e à sua experiência de vida. Hoje, portanto, numa sociedade cada vez mais dessacralizada, mais centrada no indivíduo e regida pelas regras do mercado, outras instituições e práticas, firmemente ancoradas neste mundo. responderiam em