As Doutrinas Socialistas e a Revolução Industrial
A multiplicação das fábricas e a ampla utilização de máquinas constituíram a base mecânica dos ganhos de produtividade.
A aquisição de bens de capital fez-se, portanto, a um custo social elevado, resultando em grandes privações para as massas.
Em 1750, a classe operária vivia em condições extremamente precárias, próximas ao nível de subsistência, e seu nível de vida deteriorou-se durante a segunda metade do século XVII.
Ao longo da Revolução Industrial a população pobre sofreu um declínio considerável, tornando-se ainda mais pobres e chegando a situações de miséria, enquanto o país e as classes média e abastadas enriqueciam cada vez mais.
Nessa mesma época, enquanto a classe pobre não tinha de onde tirar o seu sustento, a classe média não sabia mais como utilizar todo o seu capital acumulado, começando assim, a investirem desenfreadamente na construção de ferrovias ou na aquisição das opulentas mobílias, exibidas na Grande Exposição de 1851, ou ainda em suntuosas construções municipais.
O sistema fabril recém-instaurado tirou o trabalhador do seu posto de artesão, detentor de todo o processo de produção, para colocá-lo na posição de um simples vendedor de força de trabalho, passando a depender das condições de mercado para poder sobreviver.
Os trabalhadores perderam a liberdade que tinham durante sua rotina, como descansar ou até mesmo se divertir quando sentissem vontade ou mesmo modificar o ritmo de suas rotinas de trabalho. O sistema fabril impôs a produção mecanizada. O ritmo de trabalho já não dependia mais do homem, e sim da máquina.
Multidões de trabalhadores se rebelaram contra as máquinas e as instalações das fábricas, pois julgavam ser a causa do seu sofrimento. As últimas revoltas resultaram no enforcamento de muitos trabalhadores e na deportação de muitos outros.
Nas fábricas o emprego de mulheres e crianças era cada vez mais comum. As mulheres eram capazes de executar as tarefas tão bem quanto