As diferenças de linguagem entre o livro e filme “A Hora da Estrela”.
A linguagem literária e a linguagem cinematográfica têm muitos aspectos em comum. Sabemos que a literatura antecedeu o cinema, mas a origem da literatura está na narrativa oral, esta antecede todas as outras formas de comunicação. A narrativa está presente nas duas formas de linguagens, porém cada uma com seu aspecto marcante, a literatura com suas propriedades imagísticas e o cinema com seus recursos midiáticos. A forte presença da literatura no cinema nos dias atuais constata ainda mais os seus pontos convergentes e nos desperta para a verificação das potencialidades que fazem com que essas duas linguagens tão distintas se aproximem. Atualmente, encontramos vários exemplos de obras literárias que serviram de inspiração para diretores cinematográficos. Os best-sellers têm sido alvo para roteiros de filmes, por exemplo, o famoso “O código da Vinci”, grandes obras literárias s como “Romeu e Julieta” de Shakespeare, marcam temporalmente a existência da literatura presente no cinema. No Brasil também há muitos filmes que têm seu contexto vinculado à literatura nacional. Guimarães Rosa, Machado de Assis, Jorge Amado e Clarice Lispector, são exemplos de escritores que tiveram suas obras recriadas no cinema brasileiro. Na verdade, isto não é um contexto somente da atualidade, pois encontramos desde a criação do cinema este paralelo. O que ocasiona essas duas linguagens encontrarem pontos convergentes, é que o cinema conta “suas histórias” proporcionando ao espectador todo um conteúdo próprio repleto de sons, imagens e discursos verbais; necessários para a compreensão, ou seja, a narrativa ganha vida na tela do cinema. Contudo, este trabalho tem o objetivo de analisar a forma de transposição da obra literária de Clarice Lispector, “A Hora da Estrela”, em uma adaptação para o cinema. Uma das diferenças mais notáveis entre a linguagem do livro de Clarice Lispector e do filme de Suzana