As culturas populares na Política Cultural
O interesse pela “construção da nação” é relativamente recente, cuja gênese está em meados das décadas de 1920-1930, por meio do incentivo a intelectuais e pesquisadores pelas tradições populares, reconhecendo a contribuição das diversas matrizes para a formação da cultura brasileira; e mais fortemente na década de 1960, quando passa a existir um mercado nacional de bens simbólico-culturais. Nesses momentos, a cultura popular foi representada como uma síntese da identidade nacional, expressa através do culto a um povo idealizado, concebido a partir de uma visão romântica e destituída de contradições e conflitos, uma visão que busca universalizar a cultura popular transformando-a em cultura nacional. Entretanto, há uma mudança de paradigma e do lugar que essas culturas ocupam na gestão pública de cultura a partir de novas conjunturas políticas internacionais e do governo brasileiro na última década.
Embora a cultura popular como tema privilegiado da política cultural não seja uma novidade histórica e venha aliada ao discurso de valorização da identidade cultural brasileira, o que sintetiza a própria concepção norteadora das políticas públicas de cultura no país, a defesa e promoção das culturas populares agora se faz por meio de novas questões e de uma ampliação