Resumo - Canclini: "Culturas Híbridas"
O autor faz parte de uma corrente de estudos culturais latino-americano. O autor evidencia os papéis dos agentes sociais envolvidos na construção dos produtos culturais ditos cultos, populares ou advindos da cultura de massa; a mídia e as classes políticas, na abordagem do que é tradicional e do que é moderno, para então reforçar a ideia de que, na América Latina, há uma longa história de construção de uma cultura híbrida, em que a modernidade é sinônimo de pluralidade, mesclando relações entre hegemônicos e subalternos, tradicional e moderno, culto, popular e massivo.
Três hipóteses (para justificar abordagem):
1ª - A incerteza em relação ao sentido e ao valor da modernização deriva não apenas do que separa nações, etnias e classes, mas também dos cruzamentos socioculturais em que o tradicional e o moderno se misturam;
2ª - O trabalho conjunto das ciências sociais pode gerar outro modo de conceber a modernização latino-americana, mais do que como uma força alheia e dominadora que busca substituir o tradicional, como as tentativas de renovação com que diversos setores se encarregam da heterogeneidade multitemporal de cada nação;
3ª - O olhar transdisciplinar sobre os circuitos híbridos tem consequências que extrapolam a investigação cultural.
“O estudo da heterogeneidade cultural é uma das vias para explicar os poderes oblíquos que misturam instituições liberais e hábitos autoritários, movimentos sociais democráticos e regimes paternalistas, e as transações de uns com outros”.
[DAS UTOPIAS AO MERCADO] Modernidade: um projeto emancipador, um projeto expansionista, um projeto renovador e um projeto democratizador.
As sociedades modernas necessitam ao mesmo tempo da “divulgação” – ampliar o mercado e o consumo dos bens para aumentar a margem de lucro – e da “distinção” – que, para enfrentar