As cruzadas
Durante a Alta Idade Média (entre os séculos V e XI), na Europa Ocidental, como vimos a Igreja católica, além de ser grande proprietária de terras, cobrava o dízimo dos fiéis e exercia forte influência sobre os costumes, os conhecimentos e o modo de pensar da sociedade. No Oriente, a partir do século XI, esse poder foi prejudicado pelo Cisma, que deu origem a Igreja Ortodoxa.
No final do século XI, Jerusalém, cidade da Palestina considerada sagrada para os judeus, cristãos e muçulmanos, foi dominada pelos turcos durante o processo de conquistas territoriais. A invasão de Jerusalém não deixava espaço para as peregrinações dos cristãos que costumavam ir para essa cidade; por isso, em 1095 o papa Urbano II convocou os fiéis a uma luta contra inimigos da cristandade e em particular, convocou os cristãos a expulsar os muçulmanos da Terra Santa. Atendendo aos apelos do papa e incentivados pelos clérigos, os nobres europeus começaram a organizar as Cruzadas, expedições militares que receberam esse nome porque levavam bandeiras com uma cruz representando a fé em Cristo. As Cruzadas reuniram milhares de pessoas dispostas a seguir até o Oriente para defender a Igreja Católica. Religiosos das Cruzadas não podem ser separados dos interesses da sociedade medieval europeia da época. Entre os séculos X e XI o fim das invasões “bárbaras” reduziu as mortes nas guerras e gerou um aumento da população. Aos poucos se tornou necessário aumentar a produção de alimentos e promover o aperfeiçoamento das técnicas agrícolas, tendo em vista o aproveitamento de terras até então não cultivadas, como bosques e florestas. Parte do excedente populacional se juntava às Cruzadas com o objetivo de obter terras e melhorar sua condição de vida.
A nobreza, diante das poucas terras disponíveis na Europa, pretendia conquistar propriedades no Oriente para continuar mantendo as relações de suserania e vassalagem. Para os servos, as Cruzadas representavam uma chance de