As crises e as contradições do capitalismo
A história do capitalismo, a partir da consolidação do comando da produção pelo capital, é de uma sucessão de crises econômicas. Tais crises eram mais ou menos localizadas; desde mais ou menos 1847 – 1848, elas passaram a ganhar dimensão mundial – e a mais grave do séc. XIX, a crise que se abriu em 1929 teve conseqüências catastróficas. A partir do segundo pós-guerra, foram implementadas políticas macroeconômicas e surgiram instituições nacionais e supranacionais com o objetivo de reduzir o impacto das crises. O desenvolvimento do capitalismo, ao longo de toda a segunda metade do séc. XXI continuou alternando prosperidade e depressão, o que aponta para o caráter ineliminável das crises.
2. DESCRIÇÃO TÉCNICA
NETTO, José Paulo. BRAZ, Marcelo. “Economia Política – Uma introdução crítica”. Edição 5°, Editora Cortez, Biblioteca básica de Serviço Social, volume I, ano 2009.
Em sociedades pré-capitalistas, registram-se perturbações na produção que acarretam empobrecimento e miséria. A característica dessas crises pré-capitalistas reside no fato de elas resultarem da destruição dos produtores diretos ou meio de produção, ocasionalmente por desastres naturais ou por catástrofes sociais. A consequência imediata dessas crises é uma carência generalizada dos bens necessários à vida social; tais crises indicam uma insuficiência na produção de valores de uso. As crises próprias do MPC (Modo de Produção Capitalista) são inteiramente diferentes. Se, na crise pré-capitalista, é a diminuição da força de trabalho que ocasiona a redução da produção, na crise capitalista ocorre exatamente o contrário: é a redução da produção que ocasiona a diminuição da força de trabalho utilizada. A crise pode ser detonada por incidente econômico ou político qualquer. Bruscamente, as operações comerciais se reduzem de forma dramática, as mercadorias não se vendem a produção é enormemente diminuída ou até paralisada, preços e salários caem, empresas entra em quebra, o