As concepções de relativismo
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Denomina-se relativismo cultural a ideologia político-social que defende a validade de todos os sistemas culturais, não considerando nenhum como superior aos demais. Acredita-se que todos os elementos culturais, como padrões e valores, são convenientes às sociedades onde são vigentes. Essa corrente defende que não devemos observar as demais culturas baseando-nos nos conceitos ocidentais de ética e moral. Para o relativismo cultural as designações de “certo” e “errado” são variáveis em cada cultura, pois são decorrentes das experiências de cada sociedade. Em “Antropologia e Política”, Ernest Gellner afirma que as culturas surgem quando um corpo coletivo une-se em uma crença. Ao julgarmos tal crença como falsa, condenamos uma cultura inteira, designando-a inferior e própria para a colonização. A alternativa está em reconhecer que todas as culturas são igualmente válidas e que condená-las em nome de normas supostamente universais, que na verdade são instrumentos de dominação, é errado (1997, p. 247). Para o autor, uma das diversas problemáticas do relativismo cultural é que os beneficiários do mesmo estão mais interessados em adquirir tecnologia e capital do que o reconhecimento dos países cuja cultura é legitimada mundialmente. Além disso, grande parte das culturas “não-reconhecidas” possui em seu sistema interno traços de desrespeito à diversidade, e ao validá-las, tentando não menosprezar nenhum ser humano, concordamos com tais intolerâncias. Frente a essas controvérsias, o autor conclui que o relativismo seria, de certo modo, inútil. Para Denys Cuche, em “A noção de cultura nas ciências sociais”, o relativismo cultural ainda é uma ferramenta indispensável para as ciências sociais. Segundo o autor, há três concepções diferentes, que se confundem eventualmente. A primeira teoria afirma que diferentes culturas têm limites facilmente identificáveis, pois formam entidades completamente separadas. Essa concepção não resiste a uma análise científica. A