Evolucionismo x Relativismo
Diferentemente de nossa época, provisoriamente chamada de pós-moderna, onde o conhecimento se mistura, se confunde em áreas distintas, a pesquisa dos estudiosos do passado tendia quase sempre a extremos. Isto é bastante compreensível tendo em vista as descobertas revolucionárias e o grande desejo de transformar o mundo de então. No campo das ciências humanas, esse extremismo parece ter sido mais acentuado do que em outras áreas do conhecimento. Nas disciplinas antropológicas, um dos pontos que tem causado polêmica até nossos dias é o conflito Evolucionismo/Relativismo, no campo de conceitos sobre cultura.
Por um lado, influenciada pelas ciências naturais – tem-se a teoria evolucionista, que hierarquiza as diferentes culturas existentes no mundo, a partir de um ponto de vista eurocêntrico. O Evolucionismo considera que para se chegar à civilização, todas as culturas passaram ou passarão por etapas evolutivas, inclusive a Europa teria passado por esse processo. Esse conceito foi extremamente útil para justificar a dominação dos colonizadores sobre colônias e colonizados. No entanto, segundo José Luiz dos Santos, “as concepções de Evolução linear foram atacadas com a idéia de que cada cultura tem sua própria verdade e que a classificação dessas culturas em escalas hierarquizadas era impossível, dada a multiplicidade de critérios culturais.”[1]
No outro extremo o Relativismo surgiu para combater as concepções evolucionistas. Para os relativistas cada cultura tem seu próprio desenvolvimento e qualquer classificação é sempre estabelecida de acordo com a própria experiência histórica do observador; são conceitos culturais. É necessário, no entanto, entender-se a inserção das culturas particulares na história mundial, para compreender-se a diversidade cultural, para não se cair no erro de não admitir os aspectos internos do desenvolvimento cultural histórico e externos, devido a relação de intercâmbio entre os povos. José Luiz dos Santos