As concepções de democratização
François Laplantine
Liana Trindade
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INTRODUÇÃO
Vivemos na atualidade a busca de novos caminhos que possam conduzir à compreensão e à superação da realidade. A imaginação tornou-se o caminho possível que nos permite não apenas atingir o real, como também vislumbrar as coisas que possam vir a tornar-se realidade.
Embora as sociedades ocidentais tenham, nas últimas décadas, privilegiado as imagens como forma de conhecimento e de comunicação social, esse fenômeno que utiliza as imagens televisivas ou computadorizadas não trouxe consigo a emergência de um imaginário mais rico ou complexo. As imagens padronizadas não conseguiram construir, através de seus recursos simbólicos, qualquer universo do imaginário social que pudesse superar as antigas narrativas orais, o teatro das ruas e os rituais sagrados e profanos que fizeram parte durante séculos da composição do imaginário social.
Porém, o imaginário não foi derrotado no confronto com a racionalidade das imagens massificadas, produzidas para o consumo fácil, encontrando-se presente cada vez mais nas fantasias, e projetos, nas idealizações dos indivíduos e em outras expressões simbólicas, religiosas ou leigas, que traduzem e constroem as suas emoções em um novo contexto imaginativo.
Neste trabalho, indicaremos inicialmente os principais conceitos extraídos de diversas teorias sociais e filosóficas sobre símbolos, imagens e imaginário. Destacaremos as distinções conceituais significativas encontradas entre ideologia, imaginário e símbolo, os quais consideramos como categorias distintas, embora alguns autores queiram torná-las coincidentes. Trataremos também dos símbolos configurados na construção dos deuses e analisaremos os gêneros do imaginário como o extraordinário, o maravilhoso e o