AS CIDADES DE SALVADOR
SALV
AS “CIDADES” DE SALVADOR
Inaiá Maria Moreira de Carvalho*
Gilberto Corso Pereira**
Casarios coloniais, igrejas barrocas, praias ensolaradas... Normalmente associadas a Salvador, essas imagens não retratam todo o panorama da velha capital e da sua região metropolitana, onde também se encontram algumas ilhas da modernidade e vastas áreas marcadas pela precariedade, pela pobreza e pela segregação. Espelhando diferenças econômicas, étnicas, sociais ou culturais e constituindo uma das marcas das cidades contemporâneas, a segregação vem sendo objeto de preocupação de cientistas sociais e urbanistas desde a primeira metade do século XX. De início, a análise dessa segregação indica que ela se reportou à divisão entre brancos e negros nas cidades americanas, sancionada por normas legais até o movimento pelos direitos civis da década de cinqüenta, estendendo-se, posteriormente, à segregação entre brancos e minorias etno-raciais. Em países como a França, as discussões têm privilegiado a segregação entre categorias socioocupacionais, comandada pelo mercado e com uma maior conotação de classe, que foi acentuada com a concentração de população mais pobre em conjuntos habitacionais de interesse social nas periferias metropolitanas.
Com essa mesma conotação, nos países da América Latina, estudos recentes vêm reconstruindo os seus contornos nas áreas metropolitanas e discutindo como as transformações econômicas e sociais dos últimos anos têm agravado a sua
* Pesquisadora do Centro de Recursos Humanos da Universidade Federal da Bahia. Professora do
Mestrado em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica de Salvador e do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia. Bolsista do CNPq.
** Professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia e do Programa de PósGraduação em Arquitetura e Urbanismo e do Mestrado em Geografia da Universidade Federal da Bahia.
AS “CIDADES” DE