Artrite Reumatoide
Aspectos Morfológicos
As principais alterações são observadas nas articulações, inicialmente nas pequenas articulações das mãos e pés e, em seguida, nos punhos, tornozelos, joelhos, cotovelos etc. (poliartrite). As lesões variam conforme a fase evolutiva da doença. Na fase inicial, encontram-se sinovite difusa com edema e tumefação, intenso infiltrado de linfócitos e plasmócitos, geralmente com formação de folículos linfóides contendo centros germinativos, e hiperplasia dos sinoviócitos, às vezes lembrando epitélio estratificado. Podem coexistir macrófagos e algumas células gigantes multinucleadas. Estas alterações conferem à sinóvia aspecto viloso, com projeções para a cavidade articular. Esta apresenta aumento do conteúdo líquido com características de exsudato. Surgem também áreas de destruição da sinovial e depósitos de fibrina. Por ação dos osteoclastos, o tecido ósseo subjacente é parcialmente destruído, formando-se erosões na superfície e áreas de infiltrações da sinovial no osso. Com a progressão da sinovite, os tecidos moles periarticulares são comprometidos, com aparecimento de rubor e tumefação local. Essas alterações dão um aspecto fusiforme característicos aos dedos. Na fase avançada, crônica, predominam as alterações proliferativas, havendo formação de tecido de granulação e de estruturas vilosas, com tendência a ocupar toda a superfície articular. É o chamado pannus (manto) da artrite reumatóide. Nos recessos, que correspondem aos fundos de saco formados pela inserção da cápsula articular com a epífise, onde é maior a quantidade de sinóvia, a proliferação é mais intensa e a erosão óssea é mais precoce. Gradativamente, passa-se para a fase cicatricial. O pannus acaba invadindo a cartilagem articular e provoca erosões e fragmentação desta. O osso subcondral pode sofrer dessas intra-articulares e restringe os movimentos (anquilose fibrosa). A esta podem seguir-se pontes ósseas que unem firmemente as peças comprometidas