Artigo
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE I CONRESSO INTERNACIONAL DE RELIGIÃO MITO E MAGIA NO MUNDO ANTIGO & IX FÓRUM DE DEBATES EM HISTÓRIA ANTIGA 2010
O MITO DE PÉLOPS E O PELOPONESO GREGO
Prof. Luis Filipe Bantim de Assumpção (NEA) 1
Ao longo da História, os grupos sociais poderiam se associar a um conjunto de representações, ou símbolos, que por vezes são considerados como contos, lendas ou simples relatos populares. No entanto, estas narrativas podem fornecer informações sobre os costumes de determinados segmentos sociais, e explicam elementos pertencentes a um passado primordial que legitimaria um conjunto de práticas que constituem uma sociedade. Estas descrições de cunho histórico, que desvelam e justificam hábitos de grupamentos humanos, podem ser identificadas enquanto Mitos, por alguns mitógrafos e historiadores. No decorrer dos dois últimos séculos, um número significativo de pesquisadores desenvolveram estudos pertinentes2, no qual, o Mito foi considerado como a temática principal de suas abordagens. Tendo em vista estes trabalhos de cunho acadêmico, nós conseguimos perceber que o Mito tem um caráter de considerável significância. As narrativas míticas, quando utilizadas como objetos de pesquisa, podem nos fornecer indícios de sociedades, ou grupos sociais, cuja existência ou relatos históricos só podem ser identificados pela narrativa mítica. Logo, notamos em nossas análises que o Mito, possivelmente, transmitiria valores e práticas de segmentos sociais.
1
Prof. Luis Filipe Bantim de Assumpção é membro do Núcleo de Estudos da Antiguidade. O referido
pesquisador é orientado pela Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido(PPGHC/UFRJ-PPGH/UERJ) e faz parte da linha de pesquisa no CNPq: Discursos, Narrativas e Representação.
2
Roland Barthes (Mitologias), Mircea Eliade (Mitos, Sonhos e Mistérios; Mito e Realidade; O Mito do
Eterno Retorno), Jean-Pierre Vernant (Mito e Pensamento entre os