Artigo
Ivy Ariane Teixeira Rafael
RESUMO
Uma breve análise sobre o público da cena reggae de Fortaleza, com base na Mostra da Cultura Reggae no Ceará. A identificação dos diversos públicos dentro dos sete universos de Olivier Donnat e a noção do “não público” do reggae.
INTRODUÇÃO
“Não existe um público, mas públicos, e há tanto a existência de gêneros artísticos quanto “expectativas” afetivas e intelectuais dos indivíduos”.
Após leitura do texto “Os públicos da Cultura” podemos observar quão complexo é definir o que é público. Identifiquei-me com algumas passagens do texto na qual desenvolverei neste artigo fazendo um paralelo com o processo construtivo da programação de formação do evento REGGART – Mostra da Cultura Reggae do Ceará.
Neste ano (2013), realizamos a terceira edição do REGGART. O evento visa promover o debate, o esclarecimento e o fortalecimento dos ideais da cultura Reggae, por meio de atividades de formação1 e de manifestações artísticas e culturais que englobam essa cultura.
Ao longo desses três anos consecutivos de eventos percebemos a dificuldade de propor debates sobre a cultura reggae que visassem atrair o público local para as rodas de conversas. Sempre com os discursos de que “tal atividade não chama gente” e o “precisamos de público”. Mas como atrair esse público que frequenta as festas noturnas para participar de debates que envolvem a cultura da qual este público tão diversificado frequenta? De que modo podemos chama-los para conhecer os ideais que a música reggae transmite? E que público é esse?
A DIVERSIDADE DOS PÚBLICOS
A música reggae é originária da periferia de Kingston, capital da Jamaica. Seu grande percussor, Bob Marley, pregava em suas letras a luta contra a discriminação racial, desigualdade social e o caráter religioso. Com o passar dos anos a música reggae foi se difundindo ao redor do mundo, e se ramificando criando várias vertentes e